segunda-feira, 21 de julho de 2014

MORTALHAS, SONETO A V. DE C., EMÍLIO DE MENEZES - RJ

EMÍLIO DE MENEZES

V DE C

FRACO E DOENTE, SE SOLTA ALGUM GEMIDO,
OU SAE UM VERSO OU BROTA UMA SENTENÇA.
SE COMO JUIZ SEMPRE É ACATADO E OUVIDO,
COMO POETA NÃO SEI DE ALGUÉM QUE O VENÇA.

SE NAS ORDENAÇÕES PRESTA SENTIDO,
TEM, NAS REGRAS DE HORÁCIO, PARTE IMMENSA.
NÃO SE LHE SABE O CULTO PREFERIDO:
SE NA ARTE OU NO DIREITO, TEM MAIS CRENÇA.

TENDO DEFEITO, NUNCA TEVE ALCUNHA.
QUANDO APPARECE, NUM REENCONTRO À LIÇA,
O QUE NOS ANTAGONISTAS ACABRUNHA,

É VER QUE, SEM FRAQUEZA NEM PREGUIÇA,
NUMA SÓ MÃO, COM O MESMO GESTO EMPUNHA,
A ÁUREA LIRA E A BALANÇA DA JUSTIÇA.

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